O Tó Zé é telefonista e é cego. Não sei muito mais acerca dele. Quando o vejo, hesito em cumprimentá-lo, porque penso que não me vai reconhecer. Numa destas tardes observava o Tó Zé, enquanto ele percorria os claustros envidraçados que dão para o pátio. Deu uma volta completa e entrou ali de forma certeira, esticou o nariz em direcção ao sol e puxou de um cigarro. Estava regalado. Não resisti em meter conversa: é preciso mestria, conseguiu pôr-se na única nesga de sol que há aqui no pátio! Ele sorriu. Achei que me devia apresentar, disse o meu nome e o meu posto de serviço.
Ah, eu lembro-me de si, deve ser alta. No meu primeiro Natal aqui, estava ao pé da árvore enquanto estava a ser enfeitada. A Dona T. Alegria disse que era a Branca que ia pendurar a estrela no cimo da árvore...
Também sorri, gostei da ideia de alguém se lembrar de mim, associando-me a uma estrela de Natal.
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