

Sem sequer suspeitar, ontem acabei a noite no Coliseu. Havia um bilhete a mais. Ainda hesitei, confesso. Desta feita, Seu Jorge, com a primeira parte a cargo do Senhor JP Simões. Mal soube da sua presença a abrir o concerto (meia hora antes) saltei de imediato da ronha do sofá. Em relação ao Seu Jorge gostei muito do primeiro album, mas não sou muito dada a sambas. Engano meu, a renitência que tinha em relação ao último album do Seu Jorge sumiu-se! Mas vamos por partes.
As manas Patty & Selma (irmãs da Marge Simpson) também foram e ficaram precisamente à minha frente, para minha sorte não haviam lugares marcados e quando começou o Seu Jorge mudei-me de lugar e finalmente consegui avistar o palco. O Seu Jorge ao centro, e atrás de si os músicos e o coro, à volta de vinte pessoas. No fundo, a turma do Seu Jorge. Estavam em palco de sorriso aberto, pulavam e dançavam, sentiamo-l/nos felizes de ali estar. O Seu Jorge, é a prova provada, de que o sonho comanda a vida, que conseguiu escapar às leis certeiras da reprodução social, e é hoje uma voz activa que canta as injustiças e desigualdades do Brasil sem paninhos quentes, deixando esperança no ar: ao afirmar que haveria de voltar para trazer melhores notícias do Brasil.
O Coliseu transformou-se num autêntico sambódromo, fenómeno curioso a estudar, pois quem olhasse não veria muita portugalidade ali, veria antes um entusiasmo massivo, contagiado, samba no pé e um sotaquezinho bom em uníssono. O espectáculo acabou com o Seu Jorge e a sua turma a convidarem o público para o palco, que se encheu num ápice. E todos dançaram com todos.