Ontem o meu
coração Erasmus acordou. Tive o prazer de jantar com duas gregas, uma cipriota e um maltês. A comunicação fez-se em inglês, como seria de supor, mas os rápidos apartes eram entre elas as três em grego, entre mim, o maltês e a grega Eleni em italiano. Antes do jantar, fomos brindar as duas ao nosso reencontro. Levei-a a uma tasca gordurosa com três mesas, seis cadeiras, forrada de alto a baixo a azulejos. Mas expliquei que a ginginha, uma bebida tradicional, ali é da boa e onde, por coincidência ou não, tenho lá ido comemorar bons motivos, tal como no dia em que acabei o curso ou quando contei às minhas amigas que ia viver com o meu moreno. O que nós nos rimos, quando descobrimos à segunda ginginha que na Grécia se fazia exactamente o mesmo licor com aquele "fruto parecido com a cereja". Mais tarde ao jantar, acompanhados pela Marisa a cantar no
cd, a cipriota perguntou-me qual o significado do fado para nós. Expliquei-lhe que estava associado à saudade esse sentimento tão português, "sem tradução em mais nenhuma língua". Mas em grego existe uma palavra para dizer saudade e em maltês também, garantiram. E todos deram a mesma explicação, a saudade e a relação com o mar, as partidas e os regressos...
De
panamá a 6 de Dezembro de 2007 às 14:54
Arrepiaste-me com essa definição do que é a "saudade"! Rico coração erasmus...que nos proporciona uma abertura impossível de viver noutro contexto qualquer! Vivas tu, minha amiga erasmus! muitas beijocas boas
De
Branca a 6 de Dezembro de 2007 às 15:12
obrigada ;) infelizmente os episódios erasmus são cada vez mais escassos...
Quanto à questão da saudade, foi interessante ontem encontrar pelo menos um ponto em que as nossas culturas (do sul e com costa) se tocavam. Podiamos chamar-lhe saudade costeira.
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