Terça-feira, 31 de Julho de 2007
Comentando ali ao
lado, acabei por ir ao baú das memórias e lembrei-me desta frase, que estava pintada na parede de uma das principais livrarias de Roma:
"Trovo la televisione molto educativa: ogni volta che qualcuno l'accende, io vado in un' altra stanza a leggere un libro."
Não fossem os italianos traduzir tudo, seria:
"I find television very educating. Every time somebody turns on the set, I go into the other room and read a book".
Groucho Marx
Sexta-feira, 27 de Julho de 2007
Sugiro a leitura sobre o ritual do casamento, relatado pelo Mr.
Achtung Baby. Hilariante.
Quinta-feira, 26 de Julho de 2007
Finalmente! A escritura está feita. Chaves na mão.
Queres estas caixas de cartão? Sim, há mais? É que tenho dois anos para encaixotar...
Ao serão, já sem televisão, nem aparelhagem, tenho com que me entreter... há que separar, e como serei a última a sair, terei de precaver que nada fica em casa. A tralha é mais que muita. Isto é lixo, isto é ecoponto, isto fica, isto vai, isto é da Fulana, isto é da Sicrana. Já pensei em montar uma banca no próximo Sábado na Feira da Ladra, mas tenho que ir levar a Bichana para outras bandas. As obras começaram. Aquela parede vai abaixo?Sim. E a cor das paredes? Brancas. Já têm sofá? E mesa? E cadeiras? Talheres? Não. EDP tarifa bi-horária? Sim. E diária ou semanal?Hummm.. Esta é uma fase luz na minha vida, mas são tantas as solicitações, as escolhas, que acho que só vou gozar, quando nos instalarmos... agora parecemos mais um casalito do 1, 2, 3 a decidir se vai a bota botilde ou ficamos com a TV e a viagem...
Ainda assim podia estar mais enervicada. Afinal de contas, desde que entrei na faculdade, que saltito de casa em casa. Já vivi nas Olaias, Gulbenkian (2 dias, certo, mas as mudanças, fi-las!), Sete Rios, Monte Mario, Campo Grande, Alfama, Anjos... parece que finalmente vou deixar de ser nómada.
Espaço publicitário:
- Aceita-se trabalho braçal para mudanças
- Vende-se colchão. Bom preço. Belíssimo, diga-se. 6 meses. 1,60m por 2m.
Terça-feira, 24 de Julho de 2007
Segunda-feira, 23 de Julho de 2007

Há imensas soluções e cores, não precisamos de regressar à tradicional alcofa!Espero que esta moda pegue por cá...
Sexta-feira, 20 de Julho de 2007

Se levantar-me cedo ao Sábado de manhã para ir ao mercado é sinal de que estou a ficar mais velha, então assumo: estou finalmente crescida. E mais, tenho prazer nisso. Gosto de dar uma espreitadela pelas bancas, ver a sardinha prateada, o espadarte, e a lula a ser amanhada, as nabiças e a fruta da época,
as uvas já são docinhas? - São mel, meu amor. Ora prova!
Reconheço nos mercados várias qualidades, considerando serem espaços vitais urbanos: por um lado, são espaços de encontros, de socialização, por outro, comercializam-se alimentos frescos de franca qualidade e por isso, saudáveis, promovendo concumitantemente um tipo de comércio mais tradicional e que dá oportunidade não só aos pequenos comerciantes, como também aos pequenos produtores de conseguirem escoar os seus produtos.
Há um mercado que, pelas suas características, é um exemplo a considerar, principalmente para "quem faz cidade", e que é impossível não se gostar de imediato. É ele o Mercado do Campo di Fiori, em Roma. Não é um mercado particularmente grande, mas é um dos mais antigos da capital. Situa-se numa praça acolhedora, emoldurada por esplanadas, ocupadas de manhã à noite, ali se está para o pequeno-almoço mas também para bebericar o Campari ou o Martini. Mas antes das esplanadas se fixarem, já o mercado se fazia, daí o seu nome: campo das flores. Bem no centro da praça, montam-se as bancas da fruta e verduras, do peixe, da carne e das flores. Trata-se de um mercado como muitos outros, mas a sua maior especificidade é a localização: precisamente no centro histórico, onde passam milhares de turistas, que se regalam a observar todo aquele quadro vivo: assistem à burguesia que vive no centro histórico de Roma a abastecer-se, e às personagens romanas que gritam a pulmões abertos o preço do tomate, da abóbara ou da melancia, parecendo uma cena acabada de sair de um qualquer filme antigo romano, com a diferença que é a cores, aliás a muitas cores...

*substantivo singular, feminino: feira ou mercado que se fazia, entre os Romanos, de nove em nove dias.
Quarta-feira, 18 de Julho de 2007

Este é o meu cão preferido.
Estou prestes a fazer anos.
Terça-feira, 17 de Julho de 2007
Admito não ter um acordar fácil, sou de poucas conversas pela manhã e a coisa só melhora depois do primeiro café. Ultimamente, tem-me aparecido no caminho que percorro TODOS OS DIAS de casa para o trabalho um arrumador de viaturas que, assim que me vê, grita bem alto "Bom dia , vizinha!!!". Ora esta?!Eu que nem sequer sou sua vizinha, não o conheço, nem tenho pretensões de tal... Já tentei de tudo: cumprimentá-lo sem vigor, só com um aceno de mão, fazer-me de ceguinha e não o ver... esta última não resultou, porque ele grita mais alto ainda "Olá Vizinha!!!". Canta músicas do Tony Carreira, quando passo... "Sonhador, sonhador, mas ao menos a sonhar! Tenho amor, tenho amor e muita coisa para dar!" Algo assim...
Tenho outras estratégias em mente como falar-lhe em inglês, espetar-lhe um susto, ou pregar-lhe uma qualquer religião, para que seja ele a ficar enfadado comigo e seja ele a rejeitar-me.
Isto pode não ter qualquer importância, mas o que é certo é que todos os dias, mal dobro aquela dita esquina, já estou à espera que aquela alminha me venha pôr os nervos em franja!
Sugestões a dar?
Sexta-feira, 13 de Julho de 2007
Pachos na testa, terço na mão
Uma botija, chá de limão
Zaragatoas, vinho com mel
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher
Ai Lurdes, Lurdes, que vou morrer
Mede-me a febre, olha-me a goela
Cala os miúdos, fecha a janela
Não quero canja, nem a salada
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada
Se tu sonhasses, como me sinto
Já vejo a morte, nunca te minto
Já vejo o inferno, chamas diabos
Anjos estranhos, cornos e rabos
Vejo os demónios, nas suas danças
Tigres sem listras, bodes de tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes, que foi aquilo!
Não é a chuva, no meu postigo
Ai Lurdes, Lurdes, fica comigo
Não é o vento, a cirandar
Nem são as vozes, que vêm do mar
Não é o pingo de uma torneira
Põe-me a santinha, à cabeceira
Compõe-me a colcha, fala ao prior
Pousa o Jesus, no cobertor
Chama o doutor, passa a chamada
Ai Lurdes, Lurdes, nem dás por nada
Faz-me tisanas, e pão-de-ló
Não te levantes, que fico só
Aqui sozinho a apodrecer
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
António Lobo Antunes
(As melhoras ao meu parzinho!)
Quinta-feira, 12 de Julho de 2007
O gozo que me dá ver sites de imobiliárias, com critérios de pesquisa bem definidos: casas a partir dos 300.000 euros, dos 100 metros quadrados e localizadas em zonas históricas/centrais. Não tenho qualquer dificuldade em imaginar-me a viver nelas... depois, volto ao meu estado consciente, e tiro umas ideias, como a cor do chão ou o vazinho à janela...