Espero nunca vir a parir uma fada ou um Zorro, balbuciei ao passarmos por dezenas de pais que enfrentavam a fila à porta de um negócio de máscaras no Kólombo, de olhar deslavado e resignado à necessidade absoluta de enfiar as suas criancinhas em fatos de cetim reles. Oh, as crianças gostam, um dia vais estar naquele lugar. Não, não hei-de estar, respondi. Poderia discorrer aqui sobre o que considero ser o Carnaval (liberdade, imaginação, incentivo à arte da costura doméstica, surpresa, partidas...) e o que considero não ser (samba e plumas em Torres Vedras, homens mal mascarados de mulheres, fadas e zorros...). Não o vou fazer. O tema, por si só, deprime-me.